Justiça afasta Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF e pede novas eleições
Fernando Sarney assume como interventor e irá convocar novas eleições para o cargo

O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), destituiu nesta quinta-feira (15) Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O magistrado nomeou o vice-presidente Fernando Sarney como interventor da entidade e determinou a convocação de novas eleições "o mais rápido possível".
"DECLARO NULO O ACORDO FIRMADO ENTRE AS PARTES, HOMOLOGADO OUTRORA PELA CORTE SUPERIOR, em razão da incapacidade mental e de possível falsificação da de um dos signatários, ANTÔNIO CARLOS NUNES DE LIMA, conhecido por CORONEL NUNES", escreveu o magistrado em sua decisão.
A medida foi tomada após determinação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que no último dia 7 negou o afastamento imediato de Ednaldo, mas ordenou o envio do caso ao TJ-RJ para “apuração imediata e urgente” dos fatos relatados.
Na semana ada, a deputada Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e um dos atuais vice-presidentes da CBF, Fernando Sarney, apresentaram duas solicitações ao STF pedindo o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência. Eles alegam que a do ex-presidente Coronel Nunes foi falsificada em um acordo firmado no início deste ano, que visava encerrar uma ação judicial contra o processo eleitoral da entidade. Um laudo pericial confirma que a não é autêntica.
O referido acordo foi essencial para a eleição de Rodrigues, reconduzido ao cargo há pouco mais de um mês. Caso a falsificação seja comprovada, os autores do pedido argumentam que o documento perde a validade legal, comprometendo a eleição.
Gilmar Mendes negou o pedido de afastamento imediato de Ednaldo e a suspensão da homologação do acordo, no entanto, encaminhou o caso ao TJ-RJ. O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, então, solicitou o depoimento do Coronel Nunes, ex-presidente da CBF, na última segunda-feira (12). Contudo, o advogado de Nunes informou que ele não poderia comparecer por questões de saúde. Diante disso, o magistrado cancelou a audiência e, quatro dias depois, determinou o afastamento de Ednaldo da presidência da CBF.
Esta é a segunda vez que o TJ-RJ decide pela destituição de Ednaldo Rodrigues do cargo. A primeira ocorreu em dezembro de 2023, quando ele foi removido da presidência. Um mês depois, no entanto, retornou ao comando da entidade por decisão do ministro Gilmar Mendes.