Justiça absolve mulher acusada de participação em assassinato de policial reformado na Paraíba
Crime aconteceu junho de 2022, no bairro do Castelo Branco

A Justiça da Paraíba absolveu, nesta semana, Débora, mulher trans acusada de envolvimento na morte de um policial militar reformado, ocorrida em junho de 2022, no bairro do Castelo Branco, em João Pessoa. A decisão foi tomada durante julgamento no Fórum Criminal, com base na ausência de provas que ligassem a acusada ao crime.
O crime, inicialmente tratado como latrocínio — roubo seguido de morte —, foi posteriormente classificado como uma execução premeditada. A principal responsável, Gleissy, companheira da vítima, confessou ter planejado e executado o assassinato, articulando todos os detalhes com o objetivo de simular um assalto.
Durante o julgamento, o Ministério Público da Paraíba se posicionou a favor da absolvição de Débora, destacando a confissão da mandante como fator determinante para a decisão. Segundo o promotor de justiça Demetrius Castor, "não havia provas materiais nem testemunhais que colocassem Débora no local do crime ou que comprovassem sua participação no planejamento ou execução".
"Sou promotor de justiça, não de acusação. Trabalho com base em provas. E neste caso, a única pessoa que assumiu integralmente o crime foi Gleissy", afirmou o promotor. Gleissy foi condenada a 30 anos de prisão, sendo 25 anos pela morte do companheiro e cinco anos pelo furto articulado no dia do crime.
Outros envolvidos também foram julgados anteriormente. Uma das acusadas foi absolvida, e um dos réus foi condenado apenas por corrupção de menores, por ter levado o filho ao local do crime.
Débora, que estava detida em São Paulo e utilizava tornozeleira eletrônica, foi liberada de todas as acusações. A Justiça considerou que não havia elementos suficientes para sua condenação.
O filho da vítima, Luiz, demonstrou frustração com a decisão, apesar de reconhecer a ausência de provas contra a acusada. “Nada vai trazer meu pai de volta, mas a condenação da Gleissy trouxe algum alívio. Agora, com a absolvição de Débora, a gente só lamenta e tenta seguir com as boas lembranças”, disse.
Relembre o caso
Em junho de 2022, um policial civil aposentado foi morto a facadas durante um assalto no bairro do Castelo Branco, em João Pessoa. A vítima, identificada como Luiz Abrantes de Queiroz, tinha cerca de 75 anos e foi atacada enquanto estava dentro de seu carro.
Segundo informações da Polícia Militar, o suspeito anunciou o assalto, roubou duas armas, o veículo da vítima e o esfaqueou. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas o médico apenas constatou o óbito.
Após o crime, o suspeito abandonou o carro do policial na BR-230 e, na fuga, teria tomado outro veículo, modelo Palio, também por assalto.